terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A morte me segue a cada passo dado.

Seja passo meu, ou não,
ela se faz presente ao meu lado
gargalhando suas artimanhas
de que nunca sei
quando serei vítima.

Leva as pessoas que amo,
quem não conheço,
o pobre miserável,
o rico caudaloso,
o honesto,
o canalha,
o homem,
a mulher,
o velho bem vivido,
o jovem ansioso,
a criança pura.

Não há como escapar.

A morte faz refletir:
“- O que fiz enquanto houve vida na carne, agora fria?
O que eu faço pela minha vida?
O que deixarei de legado?
O que será de mim após o último suspiro?”.

O medo da morte faz recuar,
mas entrar em maior contato com Deus.
Em oração, pedir o adiamento da data,
e que seja piedoso
levando para junto Dele até mesmo o mais pecador.
Que vele por nós agora,
e na hora da nossa morte:

amém!

Priscila

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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O amor cruzou o meu caminho,
passou bem na minha frente e,
como eu não dei bola,
seguiu.

No dia seguinte, olha o amor lá de novo.
Fez charme e passou desta vez mais perto.
Eu não liguei!
Ele seguiu.

No dia seguinte,
Não vi o amor no mesmo lugar.
Demorei a passar.
Olhei todas as direções esperando que surgisse de surpresa...
Nada!

Passei!
Sozinha!
Triste!


 Priscila

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sábado, 25 de outubro de 2014

Prometi a mim mesma

segurar, a todo custo,
cada lágrima teimosa que à meus olhos viessem.
Seria forte.
Mostraria, não apenas aos outros,
mas a mim mesma,
que iria até o fim,
caindo, levantando, caindo, levantando
avançando.

Avanço.

Mas as lágrimas eu não segurei.

Percebi que a cada passo,
se não deixasse meu rosto molhar,
se não permitisse sentir rolar as gotas,
se não sentisse o gosto salgado da fraqueza em minha boca,
eu jamais conseguiria levantar.

Avanço.

Mas as lágrimas eu não seguro.

Não me importo mais que elas rolem.
Não me importo do mundo vê-las.
Não me importo...
Mas avanço,
caindo, levantando, caindo, levantando
avançando.

E lágrimas regando o caminho.
Quem sabe nele não nasçam flores?!

Priscila Garcia



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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Saiu da plataforma de desembarque um tanto sonolenta

Saiu da plataforma de desembarque um tanto sonolenta. O ônibus na estrada sempre agia como uma espécie de sonífero em seu corpo. A volta da casa dos primos não seria diferente. Ainda mais com tanta energia gasta no final de semana que passara com pessoas que tanto gostava. Sentia-se revigorada para voltar ao trabalho na segunda-feira.
Era noite de domingo. “Será que os ônibus urbanos estão de uma em uma hora ainda?”, pensou. Saiu da rodoviária e raciocinou: se pegasse dois ônibus, um até em frente da igreja e, de lá para a sua casa, não teria de andar muito nas ruas àquela hora. “Farei isso mesmo!”
Seguiu para o ponto. “Motorista, este ônibus vai até a igreja São Sebastião?”, “Vai sim, moça! Agorinha mesmo! Logo eu saio!”, “Obrigada!”.
Subiu no carro e sentou-se atrás do banco do motorista que, para proteção dele, tinha um vidro transparente o separando do resto dos passageiros.
“Espero que assim que descer, o meu ônibus não demore a passar. Quero minha cama!”, falou de si para si enquanto colocava sua mochila com estampa do exército no chão, estava pesada com as roupas do fim de semana. A garota estava realmente precisava de sua cama.
Assim que se acomodou um homem de cara fechada, alto e largo entrou no ônibus.Olhou a moça. Subiu os olhos de seus pés à cabeça. Encarou e sorriu! Um leve tremor seguido de um grande desconforto atingiu a pobre garota. “Será que o conheço?”, cismou, mas logo deixou de lado a ideia ao perceber que o homem se dirigia agora ao motorista.
O sujeito passou a roleta e foi sentar-se atrás da garota.
“Nossa, que demora! O motorista disse que seria rápido! Será que demora mais?”.
Percebeu um olhar insistente em sua direção. Olhou no vidro de proteção do motorista e viu o homem olhando-a de uma forma muito estranha. Ele a mirava. Um olhar de intimidar, dar medo, desconforto, mal estar. Sentiu enjoo. Sentiu que um pedaço de era arrancado. Tudo seguido de um sorriso mal feito, de canto de boca.
Desviou a atenção para a rua. Encostou-se no banco deixando todo o seu peso acomodar-se no macio Ela olhava pela janela quando sentiu um ar quente em seu pescoço. Olhou para trás e... Estranho! O sujeito olhava a janela. “Ele acomodou-se tão rápido. Estou ficando louca?”. Teve medo.
“Oi motorista! Hoje o dia foi cansativo, hein?!”, disse uma senhora ao subir as escadas do ônibus com dificuldade. A idade, certamente. Sentou-se do outro lado do corredor, acomodou-se, sorriu! Estava finalmente a caminho de casa.
O motor ronca e o carro começa a andar.
A moça olhou mais uma vez pelo vidro de proteção do motorista e viu o mesmo olhar a encarar os seus. Gritar? Por que se ele não fizera nada de mal, efetivamente? Mas ela sentia medo, enjoos.
Subindo a rua do centro da cidade, sentiu que o sinal vermelho nunca demorou tanto em sua vida. “Gente, por que não fui a pé?”, refletiu consigo mesma.
“O ponto está chegando, moça! É o próximo”, gritou o motorista, despertando a garota de seus medos e dando a ela esperança. “Obrigada, senhor!”.
Levantou-se com pressa. Pegou a mochila e a colocou nas costas como se estivesse leve. De onde surgira aquela força? Agarrou-se ao cano de segurança do carro, deu sinal e esperava impaciente o ponto chegar.
“Motorista, meu bem, obrigada! Desço junto com a moçinha aqui!”, disse a senhora que entrara depois do sujeito de olhos ameaçadores.
“Meu bem” – sussurrou a senhora de idade – “Não vou descer junto contigo. Apenas vim te ajudar. Olhe atrás de você”. A garota olhou e novamente viu o sujeito que lhe dava enjoos e, por sinal, ele lhe causara outro com o olhar ameaçador e o sorriso mal feito, de canto de boca. “Ele não é bom! Sinto isso! Grite ao motorista que viu o carro do seu pai na esquina, antes do ponto mesmo, e peça que ele abra a porta para que você possa sair antes. Tentarei segurar o homem aqui. Grave bem o rosto dele e, qualquer coisa, fuja o mais rápido que puder. Vá! Grite!”
Sem perder tempo a moça obedeceu a senhora: “Motorista, meu pai está ali na esquina! Abra para mim, por favor?”, “Sem problemas moça, que sorte, hein?!”, retrucou.
Desceu rapidamente, creio que até pulou o último degrau direito para a calçada. Passou atrás do ônibus e correu atravessando a rua. Só parou quando percebeu que o sinal abriu, o ônibus seguiu e ninguém a seguia. Só então, respirou.
Sentou-se na calçada mesmo e chorou. O estômago queria jogar para fora toda a sensação ruim daquele péssimo encontro. Teve a sensação de que era um pedaço de carne e seria devorada a qualquer momento, crua. As pernas bambeavam.
Viu uma luz forte. Seu ônibus. O que a levaria direto para casa. Deu sinal, ele parou, ela subiu. Motorista que conhecia e passageiros com caras mais familiares. Sentou-se no fundo. Estava mais perto de casa. Mais longe do olhar intimidador e do sorriso mal feito, de canto de boca.

Daquele dia em diante, em seus piores pesadelos, encontrava o maldito olhar e o sorriso mal feito, aquele de canto de boca, que lhe dava enjoos. 

Crônica: Priscila Garcia

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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Escrevia bilhetes de amor para ele com batom vermelho.

Escrevia bilhetes de amor para ele com batom vermelho.
Em cada palavra um beijo seu. 

Gastou a maquiagem, tempo e beijo.
Ele a trocou por quem só lhe mandava correntes de Facebook.

Priscila Garcia

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Triste com a educação.

Ou seria desiludida? Ou ainda sem esperança, decepcionada? Ou tudo isso junto?? Gostaria de pedir uma corda para que alguém pudesse me socorrer deste mar de sentimentos em que me encontro agora. No entanto, tenho receio de usar a corda para outra coisa... Acho que já usei de todas as formas pedagógicas cabíveis...

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Nunca se é o mesmo depois de ter conhecido um grande amor!

Mesmo não estando mais junto - indelicadezas da vida e das circunstâncias - nunca mais você será o mesmo!

domingo, 4 de maio de 2014

É realmente errado procurar algo bom para mim?

É realmente errado querer algo mais do que simples beijos e abraços?
É perda de tempo necessitar de carinho com as palavras
e não comente com a boca ou o próprio corpo?

Preciso realmente ter que apenas DESEJAR algo de alguém,
nunca de fato SENTIR?
Por que devo procurar no outro apenas meios de me sair bem?
“Ele tem carro, emprego bom, salário alto,
sobrenome, três casas alugadas,
fez faculdade e está a caminho da terceira pós...
Nunca te faltará nada”.

Afinal, o que seria um bom partido?

Eu: “Pensei que o amor sempre valesse mais a pena!”.
Alguém: “Querida, isso só existe nos contos de fadas. Acorda!
O cara te sustentando é o que interessa”.

Sou anormal,
 pode!


Priscila (Pilinga)

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A vela queima devagar.

Brinco com a chama
deixando o tempo passar sem vontade
por entre meus dedos.

Não há música.
Não há blues.
Não há dança.
Não há corpos a brincar na sala.

O pensamento traz recordações lindas,
indesejadas e repetitivas.
Na papelada no fundo do armário,
os planos frustrados de uma viagem para Inglaterra
que não mais se realizará.

A solidão se torna companheira inseparável
e bebe comigo um vinho.

Pensar que esta sala era cenário perfeito,
daquelas de cinema mesmo...

Mas tudo acaba!

Falta a música.
Falta o blues.
Cadê a dança?
Não há corpos a brincar na sala.

Priscila (Pilinga)


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Não chore! Não grite!

Não existe necessidade disto!
A separação foi extremamente importante!
O oceano existe por um motivo,
separar talvez seja ele.

Chorar, eu sei,
lava a alma,
mas machuca o coração, também,
e eu não quero te ver machucado.

Desculpe se te cobrei,
não foi a intenção.
Nunca foi.

Ao som deste piano,
Neste bar solitário do centro da cidade,
Podemos analisar nosso caso,
o que era
e o que se tornou.
Assim, podemos ver que
acabou.

Não adianta chorar,
não quebre mais um copo.
A distância fez o que era preciso.
Nós precisamos fazer mais.

Não era real, sabíamos disso.
Agora é seguir cada um o seu lado.
Não era real, estava na cara.

Agora é cada um para o seu lado. 

Priscila (Pilinga)

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sexta-feira, 2 de maio de 2014

Frio

E eu só consigo pensar nos momentos que passamos
e o mesmo frio que agora me percorre o corpo,
embalava-nos numa dança sensual
a pouco tempo atrás.
A noite era a vigia da vez.

Este frio me trás recordações...
Ele era o motivo óbvio dos abraços demorados
para esquentar;
os beijos vinham de brinde.
Brinde esperado!

Era tudo perfeito!
As luzes amarelas da cidade
era vista perfeita para nós.

Mãos unidas,
corpos a esquentar-se um no outro
e respiração compassada.
Meu coração dizia ao teu,
aos pulos,
segredos diversos
guardados àquele que o sequestraria.

Descobrias caminhos em mim.
Fazia de minha nuca
teu brinquedo de beijar
e de minha pele
lugar de provocar arrepios.

Era mágico!
Era perfeito!
Era...
Passado!

Falta desses momentos!
Saudades daqueles dias!
Falta dos teus beijos!
Necessidade dos teus abraços!
Desejo de ter tuas mãos em mim!

Tempo cruel que separa!
Distância que quer matar!
Coração besta que não esquece!
Cérebro estúpido que não ajuda!
Poetiza insolente que transforma lembranças em versos
- tentativas dele, na verdade.

Mulher besta que não consegue seguir!

Priscila (Pilinga)

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sábado, 15 de fevereiro de 2014

Madrugadas...

Eram duas da manhã, acendeu um cigarro.
Já estava cansada de rolar pela cama e simplesmente não queria mais ficar deitada - foda-se sono – já que ele não queria mais vir. Agora ela que não queria mais dormir.
Foi para a geladeira e pegou água gelada para refrescar-se do calor infernal que fazia. Encostou-se na pia e pôs-se a tomar lentamente aquele líquido transparente alternando com as baforadas do Malboro vermelho.
Madrugada silenciosa. Pode escutar da cozinha o cachorro da vizinha latindo e a torneira da pia pingando água no banheiro da sua casa – tinha que arrumar aquilo logo.
Dentro de si o som era alto. O som dos seus pensamentos desordenados e clamadores de uma ordem naquela bagunça toda. Por isso travesseiro e colchão não fazerem o seu efeito de soníferos.
Mas ela não podia fazer muito. Estava irritadíssima. Inquieta também! Simplesmente não conseguia conceber a ideia de alguém que disse a pouco tempo atrás que a amava, que ela lhe ensinada o que era o amor e depois conseguir olhar em seus olhos e dizer que precisava ir embora. Que tudo acabou.
ACABOU!
Como poder ter acabado? Como sentimentos acabam assim?
Não podia ainda entender. Só compreendia que estava ali, sozinha. Sozinha e acordada em uma madrugada quente bebendo água e fumando e tentando ainda ordenar pensamentos escandalosos e gritantes dentro de si.
Teria algo na geladeira para comer? Tinha fome! Fome e vontade de chorar. Como não havia mais lágrimas esperava ao menos que comida teria para saciar uma de suas vontades. Sobrara frango frito do jantar frustrado da tentativa de se animar com seus amigos. É! Ainda era muito cedo para tentar se animar. Precisava ficar sozinha ainda. Amigos só mais tarde.
O cigarro acabava. O calor não. Agora ainda mais odiava o verão. Seria mais difícil para tentar dormir, droga!
Seguiu para a sala, abriu a janela e deixou a luz da lua entrar. Ligou seu rádio e procurou uma emissora qualquer da madrugada solitária.
Cacete! Só músicas de fossa! O mundo quer que morra de tristeza hoje, só pode!
Se jogou no sofá e deixou estar. A madrugada que passasse à sua maneira. A solidão que fosse sua companheira e ajudasse a organizar seus pensamentos do início.

Ela viu o sol nascer! Foi bonito! Os olhos vermelhos confundiram-se com o vermelho do grande astro. É! Ela continuaria! Ela não acabaria! 

Priscila

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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Não chore!

Ele não merece uma lágrima
que possa cair dos teus olhos.

Respire fundo!
Fazer qualquer coisa em momento de raiva e tristeza
trás resultados catastróficos.

Feche os olhos!
E tente olhar dentro do seu coração:
o que ele te diz agora?

Emudeça pensamentos vãos!
Ouça apenas o que seu coração diz
e eleve sua mente para algo maior.

Agora responda:
Ele merecia as suas lágrimas?
Acho que não!


Priscila
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domingo, 12 de janeiro de 2014

Não acredito mais no amor.


Sim, é verdade! NÃO ACREDITO MAIS NO AMOR!
Desacreditei no sentimento e em cada uma de suas atitudes.

Que se dane as demonstrações de carinho e afeto.
Que se dane a necessidade de estar junto.
Ao inferno tudo e todos.

Garçom! Mais uma garrafa de cerveja!
Hoje eu vou me afogar nas bolhas da única que não desaponta.

Encha o copo! Não tenha dó!
Hoje a noite é minha amiga e a lua me acompanhará até em casa.

Não preciso de amores que me acompanhem.
A cama pode ficar apenas comigo mesma,
não há necessidade de dois ali,
um lado fica frio mesmo.
Dane-se!!

Não acredito mais no amor e vou brindar a isso.
Tintim, companheiro!

- engole -

Brindemos o ficar só!
O afogar-se em álcool e numa vida sem amores...

- saindo para a rua, vê a lua –

Ah, se tivesse um amor...
A lua seria nossa, agora!

É, precisamos ainda crer no amor
mesmo que ainda debaixo do meu cobertor,
hoje,

não exista ninguém além de mim.

Priscila

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Não quero esperar,

pelo menos não a vontade dos homens.
Sem essa de que sou muito jovem e ainda tenho muito pela frente.

Pode até ser verdade, mas por que não poderia seguir meus sonhos AGORA?
Qual o verdadeiro problema nisso?

Será que as pessoas ainda não notaram que já sou uma mulher?
A idade um dia chega para todos nós, sabia?
Não quero simplesmente ver a vida passar pela janela,
ou pela tela de um computador...
Sou capaz de ver e viver a vida ao mesmo tempo.

Os livros me ensinaram ainda mais a viver,
se engana de quem pensa o contrário.

Favor me deixar em paz com meus sonhos.
Se não és capaz de seguir os seus,

deixe que ao menos eu vá atrás dos meus. 

Priscila

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Pôr do Sol era cenário da nossa tarde.

Não existia nada melhor do que aqueles doces minutos do recolher-se do astro maior.

A noite vinha como para brindar nossa união.
Tudo escurecia...
Choveria, ou não?
O que valia a aposta?
Um beijo.
Pretexto apenas para mais um carinho.
Não choveu.
Era apenas o começo da noite.

Algumas nuvens,
abraços mais apertados.
Menos estrelas no céu,
respiração mais rápida.
Brisa fria,
beijos mais quentes...

A lua foi subindo e os pingos delicados das nuvens começaram a cair...
Ganhei a aposta.
O céu parecia estar a meu favor.
Ou ao seu?

Nas gotas frias das chuvas
aquecemos nossos corpos um no outro

e pagamos a aposta.

Priscila

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Creio que o amor deve ser dito,

falado, escancarado...
Se calado é quase um suicídio!

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