quarta-feira, 25 de julho de 2012

E o moço bonito entrou no ônibus,

passou a roleta e sentou-se a minha frente.
Ele realmente me encantou
e seu perfume chegou até mim,
ajuda do vento matutino.

Ele abriu sua bolsa,
retirou uma bala,
colocou-a na boca e,
sem escrúpulos,
jogou o papel pela janela.

Me senti enojada!
Na mesma hora todo o encanto passou.
A mesma coisa que fez com o papel da bala,
ele poderia ter feito comigo:
usar o que há de mais doce
e jogar a embalagem fora em qualquer lugar
quando não mais servisse.


Priscila

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Será que você ainda gosta daquela hora do dia?

Ainda bebe vinho quando está triste
enquanto toca Djavan no seu rádio?
Será que mudou o corte dos cabelos?
Ainda usa a pulseira que eu te dei?
...
Como saber se leu os livros que eu recomendei?
Se ainda assiste aquele seriado que víamos juntos?
Será que finalmente limpou aquele armário
e terminou aquele curso que havia começado?
De algumas perguntas creio nunca receber a resposta...


Priscila


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Sinto que você finge tanto

seus sentimentos,
só para mostrar que está tudo bem.
Você "acha" que tem tudo sobre controle,
mas não tem.
Seu próprio coração está uma bagunça.
Arrume primeiro a sua casa
para só depois querer decorar
a dos outros.

Priscila

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Sim,

eu era sua!
Inteiramente sua!

Eu ouvi você dizer para alguém
que quando eu estava em seus braços,
você me fazia tua.
TUA.

Sim, eu era.

Sempre gabei de minha
independência besta,
nunca precisar de ninguém,
agir só e ponto,
mas nunca reparei
que nos SEUS braços
eu era SUA.

"Minha", você dizia.
E em todos os pronomes
eu fui sua posse.


Priscila
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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Decisões!

A todo instante nossa vida pede uma...
Um passo dado, dados lançados,
um beijo roubado, um soco ganhado,
um abraço merecido, um sorriso forçado,
um grito abafado, um jogo feito,
uma flor no peito...

E, mesmo que seja o último,
ela vai puxar outra
para que seja completa;
e outra, e mais outra.

Todas têm suas consequências
e destes frutos,
ou comemos,
ou engolimos com água por cima.

Decisões!
A todo instante uma,
mesmo que seja a última,
ela vai puxar outra.

E ai,
qual é a sua?

Priscila

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Como se mata uma lembrança dentro de nós?

Uma lembrança boa
mas que muitas vezes faz doer.
Como se mata?

Não há como matar?
Então,
como amenizar seus efeitos no coração?
Para que não possa doer tanto
e arrancar lágrimas de tristeza,
mas somente de alegria...

Existe esta receita?
"- Não" - alguém me diz.
"- Se houvesse, ninguém mais
choraria por amores mal acabados."

Priscila

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