domingo, 22 de dezembro de 2013

Abstinência


Encontrou umas poesias antigas dentro do armário.

Ela precisava reler. Nem que fosse para ter certeza de que jogaria fora mesmo.

Abriu.
Eram poesias amorosas de verdade. Cheias de amores eternos, toques, beijos ardentes, abraços quentes. Naquelas linhas confessava tudo o que mais gostava também: livros, chá, biscoitos de polvilho... Trivial ao mundo. Importante para uma universitária que fazia poesias para mostrar seus sentimentos a ninguém. Ninguém? Até então...

Eram poesias já embaladas numa paixão envolvente. Releu cada verso com uma melancolia pesada. Fazia muito tempo que não escrevia nada. Perdera a veia poética? Tanto tempo numa seca de resguardar-se para escrever que acreditava que os dedos já enferrujaram e não passam os pensamentos em palavras rimadas.
Não mais voltaria a escrever seus amores, as gostosuras, os céus azuis, as noites chuvosas e os beijos, toques, corpos quentes, gozos. Não mais.

Não mais? Não mesmo?

Não existia mais razão. Motivos haviam desaparecido...
No toca discos o vinil da Ana Carolina e no copo um vinho barato. Encheu o copo. É, aquele momento pedia vinho barato para suportar as emoções.

Sempre fora tão poeta, sempre escrevera tanto. Passar por estes dias tristes sem colocar uma palavra no papel tem sido um calvário. Sentia um desgosto insuportável.

Foi lendo calmamente. Era o funeral da poetisa que um dia existira com tanta intensidade? Não sabia ao certo.
Levantou-se e foi para a janela, ver o dia.

Quis acender um cigarro. Mas prometera a si mesma que pararia de fumar...

Ah! Que se dane a promessa. Hoje precisava de um cigarro. Ainda bem que ainda tinha um maço de Marlboro na bolsa.
...
De repente ela viu uma rosa vermelha em seu quintal tomando a chuva da tarde.

Como aquela rosa, seria ela também resistente em passar por aquilo?

Foi pegar papel e caneta e sentar-se novamente perto da janela com seu cigarro e seu vinho. Se não escrevesse nada agora, talvez escreveria mais tarde. Não queria mais sofrer por ter perdido os motivos de escrever apaixonadamente. Perdera apenas uma parte de si, por hora, mas tinha a outra para se reconstruir.

E quem disse que com pedaços não se faz uma nova história?

Priscila



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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Procurei

em cada canto uma palavra que rimasse com todo o sentimento que sentia mas fiquei horas a fio e não achei nada Então estas palavras vão sair assim de qualquer forma sem pensar sem rima ou métrica E vão sair sem pontuação também porque quero chegar logo em você sem nenhuma pausa que interrompa o meu caminho até as tuas lembranças

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sábado, 9 de novembro de 2013

Ares mineiros...

"Vento gelado...
Pão de queijo e café preto...
Casa da vó...
Abraço da tia na porta da cozinha...
Conhecer os parentes novos/velhos... 
Macarrão e quibe...
Vizinhos estranhos do primo...
Conversa com tio ao pé da mesa... 
Ponte no lugar da balça de anos atrás...
Companhia do primo que cresceu mais que eu...
.... Que delícia!!
Como diria Drummond: "Eita vida besta, meu Deus!"."


Priscila

"Chovia poesia...

Mas eles vinham com suas sombrinhas,
jornais,
pastas e afins.
Se esconderam das palavras bonitas ditas pelas nuvens." 

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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

"Chuva, pare!

Não percebe que está acendendo em mim
sentimentos que havia guardado a sete chaves?
Destruíste as trancas como se elas fossem papéis...
Por favor, pare!
Não acenda em mim o que demorei tanto a apagar.
Não ressuscite o que matei a facadas,
cada uma tão dolorosa já na própria assassina.
Não comece, Chuva, não comece!"

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"Mas era um simples sorriso.

Uma boca aberta mostrando dentes brancos e nenhum som saia de lá. Por que se encantar com isso??" Ela perguntou.
- Simplesmente porque junto com o brilho dos olhos, ele parecia sincero!!" Eu respondi.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Ardentemente necessito de um copo de conhaque.

Um cigarro também cairia bem.
Pode ser qualquer um, sem marca mesmo,
eu só quero me afogar em lágrimas e
acabar com minha saúde mesquinha.

A noite é fria e agora eu preciso de paz,
paz que só um cigarro e conhaque podem me dar.

Da mente não sai mais nada.
Só pensamentos soltos, desconexos, estranhos.
A vontade de sair andando por ai e cair no mundo
domina meu ser.
É como se aqui me sufocasse.
Os dedos agem por impulso ao escreverem estas palavras que,
tenho certeza, se ler mais tarde,
terão todo o erro que a gramática não admite.

Priscila
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Preciso me soltar.

Seguir em frente.
Você já fez o mesmo e eu ainda aqui,
a sonhar com nosso passado não tão recente.

Valeu a pena cada segundo,
nossos sorrisos ao relembrar tudo o que vivemos
é prova disso.
Mas agora precisamos seguir,
preciso seguir.

Você talvez já tenha se encontrado,
mas eu ainda não.

Em cada olhar ainda desejo te ver
e não te encontrar,
me tem doído demais.

Me solte,
me deixe viver,
me deixe sonhar,
coração.

Buscar,
reencontrar,
reaprender
amar.

Valeu a pena,
mas vou seguir.
Saiba que te amei como ninguém,
que não me arrependo de nada e
faria tudo novamente.

Mas agora vou te soltar,
precisamos voar.

Priscila

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Acarinhava-me com as unhas,

minha pele arrepiava com aquele toque tão sensível.
Sua boca vinha chegando tão perto
do meu pescoço...
Me fazia sair e vir a mim insistentemente
a cada segundo.

Ainda sinto falta de sentir tua respiração
perto da orelha,
o calor da sua boca a encostar em minha pele
e a surpresa de um beijo ardente,
louco de paixão,
no desespero de que eu fosse talvez fugir,
me segurando pela cintura.

Sim, são lembranças que não se vão
mesmo que insistentemente as afaste com minha vontade
de te esquecer.
As doçuras dos nossos momentos aliados a
falta que me faz conversar contigo
assuntos que só nós falávamos
me fazem sentir tua falta imensamente,
como agora.

Priscila

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sábado, 3 de agosto de 2013

Sinto saudade como nunca do seu sorriso.

algo meio assim, menino,
meio sem jeito,
meio sabido,
mostrando a inocência que era o nosso amor.

Seu olhar me fascinava.
Lembro de vê-los após as estrelas.
Eles carregavam a mesma energia boa dos astros.

São lembranças boas,
nem sei se quero esquecer,
apesar de saber que preciso.

Ainda carrego comigo cada pedacinho disso.
Um dia, espero perder pelo caminho
para não mais sofrer com sua ausência.

Priscila

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Meu coração implora

que eu me apaixone por outro alguém.

Até surgiram novos amores,
insistentes e valentes corações,
dispostos a fazer com que eu esquecesse
o antigo amor.

Mas amor não se esquece,
pelo menos não o verdadeiro,
apenas o adormecemos
para que a vida prossiga
menos doída.

Ainda não me apaixonei,
nem me deixei envolver por outros
insistentes e valentes corações.
Mas me disponho sempre,
de coração e mente aberta,
para a paixão outra vez.

Meu pobre coração,
não merece mais sofrer...

Priscila
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A bolha de sabão subia

alegria,
brinquedo da mulher
que passava,
cheia de graça,
rindo da vida.

Ela brincava
feito criança.
Pela argola soprava
e saiam as bolhas e os risos
que ela tanto buscara.

A vida lhe era amarga,
no entanto, a mulher sorria
com as bolhas que fazia.
Brincadeira de criança,
com graça.

Não tinha mais medo,
não queria mais chorar,
apenas viver, sorrir,
voltar a amar.

O colorido do brinquedo
pintava seu céu.
A alma tinha tons do arco íris
a cada nova bolha feita.

E as bolhas ensaboadas subiam,
lindamente na tarde gelada de junho.
E nas curvas dadas no ar
a mulher sonhava.

Priscila

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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Noite.


Dormirão as flores
e elas perfumarão mais.
Dormirão as gaivotas
e elas voarão mais alto.
Aquietará o mar
para levantar grandes ondas...

Dormirão os homens
e irão acordar mais fortes.
Dormirão as mulheres
e acordarão mais sensíveis.
Dormirão as crianças
para sorrirem mais.

Estrelas,
Lua,
nuvens,
vento.

Vigiando o amor que não dorme
nos corações dos apaixonados
que sonham.

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Por pior que pareça,

a saudade ainda me invade insistentemente.

A noite vem gritar em meu ouvido a sua existência
e, na carência de seus beijos
fico a relembrar nossos momentos juntos.

E antes qu'eu enlouqueça,
procuro desesperadamente
por um modo de te calar.

A noite está longe do fim.
Um gole de vinho ajuda o sono a vir?

Procuro nossas estrelas no céu,
brincadeiras das noites limpas.
Droga!
Está pior!

Saio da rua,
entro em casa
e vou para a cama.
Entre cobertas espero o sono vir.
O vinho faz seu trabalho e começa a adormecer meu corpo.

Sim, noite.
Cala-te!
Deixe-me dormir sem lembrar do meu amor
que está longe
e não me quer mais.
Deixe a dor sumir.
Cala-te noite maldosa
que com gritos fez relembrar quem eu mais amei.

Priscila


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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Faz um ano que você se foi.

Ainda dói em meu peito mas,
não como antes.
O tempo é bálsamo que alivia as feridas do coração.

Seu cheiro sumiu do ar faz tempo.
As poucas lembranças materiais que ainda existiam,
eu devolvi quando houve oportunidade.

As lágrimas secaram.
Não há mais o que chorar.
A ansiedade por notícias diminuiu
e a vontade de ficar só,
também;
ficar entre pessoas
não me irrita mais.

De você só ficou em mim,
a lembrança do seu sorriso,
o seu olhar que ainda vem me perturbar algumas noites,
poucas mesmo,
mas vem;
e o imenso vazio ao meu lado.

Priscila

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sábado, 8 de junho de 2013

É noite fria

meu sono se perdeu.
A lua linda
ilumina meu copo
no meio do breu

Fechada no meu quarto,
a escrivaninha moldada pelo astro.
Sobre o móvel,
uma foto sua perto do meu copo.

Tua pele branca
ressalta à luz da lua.
Seu sorriso
só me trás lembrança.

Seu cinzeiro está no mesmo lugar
e no ar,
o cheiro do Marlboro vermelho,
aceso nos instantes de ansiedade.

São lembranças e objetos
guardados com carinho.
Tudo muito antigo,
mas somado ao vinho
só relembram quando os caminhos
eram unidos.

Priscila
 
Site na própria imagem.
 


A lembrança

o disco preferido riscado em vitrola desgastada;
DVD sujo em aparelho muito usado;
música no repeat em som de carro;

a musiquinha da pamonha da feira, receita mineira;
reprise do final da novela no sábado;
horóscopo em jornal velho.

Revista em sala de dentista;
a lagoa azul na sessão da tarde;
o livro de cabeceira.

As vezes evitada,
mas sempre visitada.

Priscila

domingo, 26 de maio de 2013

Okay, tive uma recaída!

Abri o baú
antes trancado e
reli todas as antigas cartas de amor.
Acho que a melancolia foi tão forte
que foi preciso correr o risco
do baú aberto,
das saudades resgatadas,
para poder sanar um pouco
este sentimento,
essa sensação.
Estranho!!
Senti de uma maneira diferente
os sentimentos
de cada uma das cartas.
Engraçado perceber
que até os arrepios não foram os mesmos;
alguns nem veio.
Será que o amor morreu?
Ou a melancolia é tão forte que
curou qualquer sentimento
que pudesse aparecer naquelas linhas?
Será que "melancolia" seria a palavra certa????
Não, foi o amor que morreu...
Certeza!
Mas se morreu, não era amor.
Ou era e o amor pode realmente morrer?
Ih, melhor fechar o baú!
Cadeado!


Priscila


sábado, 25 de maio de 2013

Chorar

nem sempre denota fraqueza.
Em muitos momentos é, na verdade,
o desabafo da alma que atormentada
e sob pressão,
expulsa tudo mais
o que não aguenta.

 
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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Ele escrevia versos tão lindos para ela...

Mas, cansado de não ter respostas
virou crítico e só falava de política.

Odeio mulheres que matam os poetas!
Tivesse ela dito "não" logo de cara,
ele ao menos ditaria versos de amor
não correspondido.

Nunca ignore o amor de um poeta.


Priscila

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sábado, 13 de abril de 2013

Não sei bem porque escrevo,

nem para quem escrevo.
Só sei que essa vontade dentro de mim
grita tão forte que,
se não obedecer
eu morro!


Priscila

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Ensinou-se aos amantes

a verdadeira poesia.
Indicou-lhes os maiores e melhores poetas.
Mostrou-lhes os recursos sonoros e linguísticos da palavra
traduzindo o sentido de amar...

Hoje eles amam por ai...


Priscila

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O sentido do "amar"

é tão amplo e desconhecido quanto o mar...

Priscila

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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Simplesmente esperou que o tempo passasse.

Sabia que tinha de passar por estradas esburacadas,
lamacentas e escuras.

Era preciso.

Para chegar aos jardins que sonhara,
ela tinha de caminhar.

... Andou lado a lado com o tempo,
ótima companhia em dias chuvosos.
 
Priscila
 
Foto retirada da internet

Era poesia com dedicatória e tudo.

No entanto, o mundo nunca iria ler.
Aquelas palavras só precisavam sair para não afogar
o ser que as carregava.


Priscila

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domingo, 13 de janeiro de 2013

Absorta em seus pensamentos

na poltrona, ela estava.
Remoia sentimentos
que a muito não mais lembrava.
Recordou-se do carinho e dos beijos dados,
adorava.
Sentiu no peito

o amor que renascia...
Pegou o punhal da razão e o matou.
Sabia o que aconteceria...


Priscila

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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Beijo

toque suave,
macio,
quente,
carinhoso...

O primeiro sempre é trêmulo.
O segundo mais seguro.
O terceiro mais apaixonado.

Necessitado,
amado,
desejado...

Lábios: carne mordida

Ah! O beijo...

Priscila

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No horizonte o Sol deitava

O céu pintava-se de tons
vermelho, laranja e azul...

Na praça da cidade movimentava
só duas pessoas observavam o
espetáculo.
Abraçadas!

O céu escureceu!
O show acabou e o público atento aplaudiu
com os lábios
num beijo ardente de amor...

Priscila

Jovens no banco da praça do Sapo, no centro de São José

Separação

No dedo trazia a marca
da aliança,
no peito
a saudade,
na memória
a lembrança,
e para o mundo aquela relação virou
amizade.

Nos olhos restavam
as lágrimas,
na alma
a dor e
na boca
um sorriso forçado.

Priscila

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Saudades

Braços que vinham na cintura,
olhos meigos que fitavam o rosto,
mãos que acariciavam...

Beijos acalmavam,
carinho que arrepiava,
mordidas e suas marcas...

Corpo que esquentava,
ombros consolavam,
dedos que massageavam...

Priscila
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