sábado, 25 de outubro de 2014

Prometi a mim mesma

segurar, a todo custo,
cada lágrima teimosa que à meus olhos viessem.
Seria forte.
Mostraria, não apenas aos outros,
mas a mim mesma,
que iria até o fim,
caindo, levantando, caindo, levantando
avançando.

Avanço.

Mas as lágrimas eu não segurei.

Percebi que a cada passo,
se não deixasse meu rosto molhar,
se não permitisse sentir rolar as gotas,
se não sentisse o gosto salgado da fraqueza em minha boca,
eu jamais conseguiria levantar.

Avanço.

Mas as lágrimas eu não seguro.

Não me importo mais que elas rolem.
Não me importo do mundo vê-las.
Não me importo...
Mas avanço,
caindo, levantando, caindo, levantando
avançando.

E lágrimas regando o caminho.
Quem sabe nele não nasçam flores?!

Priscila Garcia



Imagem retirada da internet