quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Mentiras

Você é fragmentos. Não consigo entender, muito menos montar as partes do que me apresenta. Queria poder acreditar em cada palavra que me diz, mas são fragmentos de verdades - ou de mentiras - e não consigo sentir a essência. É fumaça: não consigo segurar, mas vejo-não-vejo e me sufoca! Como queres que eu permaneça ao teu lado desta maneira? Como confiar assim...? 


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É complicado olhar para 2016 sem um sentimento de "PQP, como tu judiou de mim, cara!". Na verdade, eu iria mais longe e olharia para 2015, também! Esses dois últimos anos foram de muito aprendizado e de muito teste de resistência, literariamente e literalmente! 

Mas este texto não vem a ser como um lamento! Esses dois últimos anos também foram de constante reconhecimento e reconstrução de mim mesma. Quando chegamos nos nossos limites em determinados assuntos e situações, sabemos realmente quem somos! Eu gostei do que vi no que se trata de mim e lapidei muito do que achei necessário! Dos amigos, no entanto... A lista telefônica dos contatos importantes deu uma diminuída considerada, acredite! A gente reconhece os amigos de verdade nessas horas, também! Tomei distancia de algumas pessoas e foi ótimo, diria até: libertador!

Este texto não deve ser um lamento! E sim um balanço! Eu também passei no mestrado e isso foi muito bom, afinal, três anos - basicamente - tentando entrar  é um tempo considerável, né não? E  a gente precisa ter um foco na vida. Eu ainda acredito que devemos ter focos temporais; alcançou um, tem ali o outro para alcançar e bora trabalhar! Entrar no mestrado foi um dos meus; estou vivendo o que sonhei por muito tempo (e até achei que não fosse alcançar). Agora meu próximo foco é ter o título de mestre, ou seja, terminar o mestrado com notas boas e no prazo! 

Na saúde, bom, eu quase morri, como alguns amigos sabem! Falei que eram testes de resistência literalmente... Como a letra de Pitty em "Sete vidas" diz: "Viver parece mesmo/ coisa de insistente", eu fui uma insistente, ou talvez uma chata inconformada que se recusava a ir embora com tantos projetos inacabados. E ainda falando de Pitty: "A postura é combativa/ ainda tô aqui viva/ um pouco mais triste/ mas muito mais forte// E agora que eu voltei/ quero ver me aguentar."

Conheci gente nova, frequentei lugares interessantes, estudei ao lado de pessoas inteligentíssimas, aprendi "pra caralho"... Portanto esse 2015 multiplicado por dois foi de muita resistência, aprendizagem, exercício de paciência e foco. E haja foco! 

Não foram dias fáceis! Chorei pra caramba, a vista dos outros, escondido (muito mais escondido). Coisas tão chatas aconteceram que meus amigos mais íntimos só ficaram sabendo depois que passou... Trevas, meus caros! Este texto tenta não ser um lamento, mas os anos foram arrastados, meu caro! Haha! 

Mas estamos na ativa! "Ainda tô aqui viva [...] muito mais forte" e sou chata "pra caralho", não paro tão facilmente! Alguns diriam que seria um renascer das cinzas, tipo fênix; eu já acho que um ouroboros, comendo a própria cauda para renovar...

Este texto não teve a pretensão de ser um lamento... Mas de olhar para trás e ver o tanto que eu andei e que eu vivi, consegui permanecer viva! Ufa! Nunca acreditei que a mudança do calendário faria um ciclo terminar e viria um novo, já disso isso aqui antes. E não será agora que eu acreditarei nisso! Se for para acreditar em algo é que agora estou muito mais forte do que a dois anos atrás. Não digo que estou pronta para outra, mas que se vier coisas piores, estou menos despreparada do que antes. Mas tenho esperança que a coisa toda melhore e me alivie um pouco... As costas doem e eu sinceramente gostaria de respirar um pouco mais tranquilamente agora. No entanto, se vier bomba, vamos lá! "Quero ver me aguentar"


Priscila passou por muitas nesse ano de 2015 que se arrastou dentro de 2016. Está agradecida pelas coisas boas que vieram e os enormes contratempos... Também está cansada, mas se sente bem mais forte para enfrentar outros imprevistos. No entanto joga a ideia para o universo de dias menos turbulentos, por favor!

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Sobre murro em ponta de faca

Dou murros em ponta de faca. 

Sim, não vou negar que sou durona, que insisto e persisto naquilo que quero, que acredito importante, ou mesmo necessário para minha vida, de alguma maneira. Mas acredite, quando eu desisto, é DESISTO de verdade! Não tem volta, não tem conversa - ou se tem é apenas para reafirmar que não tem volta -, não adianta e ponto final.

Sou bem chata, confesso! Já me disseram que dou murros em ponta de faca e, talvez esteja certa quem disse. Na verdade, está certa! Eu dou murros em ponta de faca mesmo. Minhas mãos estão bem machucadas por várias tentativas de inúmeras coisas que já tentei em minha vida. Algumas cicatrizes são lembranças do que consegui com muita insistência e, acima de tudo, muita luta; outras são de tentativas frustradas, seguidas de noites de choro e de um "cansei, desisto disso". Sim, eu choro e muito. Mas até hoje nada me impediu de, após noites de choro insistente, levantar e RECOMEÇAR! Nada, até agora! 

Como disse, algumas vezes a gente joga as toalhas para cima e as armas ao chão. Cansada de lutar, olha para as cicatrizes das mãos, do corpo, e vê que apesar de tanta luta nada mais pode ser feito. O melhor é deixar a maré te levar - e rezar para que seja em terra firme. 

A vida nos ensina que apesar de tentarmos sermos fortes e durões, somos por dentro seres frágeis que o mais leve vento pode nos levar sem ao menos esperar que possamos nos segurar em algo, sem ao menos nos dar uma chance de luta.

Estas linhas são apenas para confessar que eu choro sim, que eu dou muito soco em ponta de faca, que eu grito de dor e mesmo assim insisto. Estas linhas são para confessar que ainda assim eu desisto de algumas coisas por cansaço, por ver que não dá mais, dor - física e emocional - e por querer sumir do mapa, muitas vezes. Estas linhas são para dizer que ainda assim eu sempre tento RECOMEÇAR, de alguma forma, de algum jeito, de algum lugar, com algum objetivo e ânimo retirado do mais fundo da alma. Este conjunto todo é para me animar a voltar sempre ao equilíbrio de mim, em mim. A vida é muito frágil. Como diria Pitty "É besta assim esse quase morrer" e Drummond nos lembra "Eta vida besta, meu Deus". E besta por besta, que eu continuo dando murros em ponta de faca, mas somente daquilo que vale a pena. 

E este texto é para lembrar a mim mesmo disso. A vida é besta! A faca é afiada! E eu? Eu sou fraca, mas também sou forte, muito forte!

Recomeçar sempre! Daquilo que realmente vale a pena!

Priscila Garcia


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terça-feira, 26 de julho de 2016

Vozes gritam dentro de mim.


Como fazê-las calar?
Dói o que dizem.
São palavras de serram em pedaços minha esperança e minhas forças.

Como fazê-las calar?
Silenciar toda a maldade que espalham ao meu redor.
Ferem o mais fundo da minha alma...
Como vieram parar dentro de mim?
Eu que as deixei entrar?
Mas como?

Elas gritam cada vez mais forte e eu não sei como pará-las.  

Socorro!

Priscila Garcia

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Era ... É

Era alegria,
Era sorriso fácil
Era felicidade plena

Era mais MPB
Era mais abraços
Era mais sociável

Era domesticada
Era mais fácil fazê-la calar
Era

É mais seriedade
É mais serenidade
É mais questionamento

É mais os solos de guitarra
É mais aperto de mão
É mais solidão

É mais selvagem
É mais silêncio, não desperdiça palavras.
É mais só e está bem assim.


Procuro a estabilidade dentro de mim a cada dia.


Priscila Garcia


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Affe!

OCA
CHEIA
CONFUSA
MALUQUETE

PUTA DA VIDA
QUE CARALHO
Muito chateada
Muito triste


Priscila Garcia 

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Jogou fora meu batom vermelho e o esmalte preto,


quebrou a garrafa do meu vinho favorito da estante,
rasgou as fotos em que eu estava com meus amigos
e meu short jeans.
“Você não pode usar roupas curtas e deve trocar seu guarda roupa, só tem preto aqui!”.

Atirou ao chão meus CDs de rock
e teve coragem de riscar o vinil do “Wish you were here” do Pink Floyd.

Rasgou meus livros e meus poemas,
meu tesouro particular.

A maquiagem do rosto mandou tirar
- parecia puta -
a jaqueta de couro preta não devia usar mais.
A musicalidade e a poesia não eram nada.

Use saias longas!
Clareie seu guarda roupa!
Não fale palavrão!
Melhor, não fale!
Obedeça!
Não cante!
Não saia!
Não sorria tanto!
Lave!
Passe!
Cozinhe!
Transe! – Seja puta apenas quando o teu futuro marido mandar e só para ele.

E após o surto dele e a lista de imperativos,
eu peguei minha dignidade,
minhas coisas do chão,
e sai pela porta da vida dele para nunca mais voltar.
Viveria como sempre quis.

Hoje ele insiste em estar perto.
Diz que errou, falou demais!
Pede perdão.
Liga,
manda mensagens,
faz cenas de teatro,         
chora.

Mas eu sou puta, lembra?
Passei batom vermelho,
esmalte preto,
bebo vinho e ouço rock.

Deixa eu ser puta aqui sozinha. 

Priscila Garcia

PS: Metáforas são criadas para representar além do que o escritor deseja dizer. "Jogar fora" é uma delas, mas infelizmente o termo "puta" não aqui é metáfora. Vale lembrar que as palavras usadas pelo escritor refletem a sua visão do mundo; pode ser algo que aconteceu com o outro, um fato que ele viu, ou mesmo que ele viveu. 

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domingo, 15 de maio de 2016

Querido Tempo,

adoraria poder controlar seu passo à minha necessidade e prazer. Mas não posso, eu sei disso. Minha esperança é que você saiba o que faz quando corre, ou quando anda. Só uma pergunta: nunca tropeçou em seu percurso?
Att, eu

sábado, 2 de abril de 2016

Era para ser um poema

Falou tudo o que quis,
suas primeiras impressões,
o que achava que via ao seu redor.

Não observou mais a fundo a situação,
não olhou de cima,
não olhou para dentro.

Machucou e fez chorar!
Imaginou que ajudava
mas não percebeu nas lágrimas do outro
o que fazia...

Agora pede perdão.
Cerca,
e persegue por todos os lados.

Perdão tens,
mas a companhia do outro:
não mais!

Aula de anatomia

Braço.
Um abraço.

Mão.
Um caminho de massagem feito pelas mãos.

Unha.
Unhas que marcam ondas quando o sentimento é mais intenso.

Olhos.
Olhares que puxam para um mundo de sonhos onde não consegue sair.

Boca.
Boca que suga, beija, lambe outra boca e outras partes do corpo sem dó nem piedade.


Presente, ou prazer?

Priscila Garcia

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A cama parece de pedras

A cama parece de pedras
e o sono não vem àqueles que não sossegam o corpo numa dada posição.
O galo canta longe apontando mais de meia noite,
a lua do alto observa o ser de baixo que não encontra o caminho às cobertas de Morfeu.

Solitário em sua cama?
Não! Abraçado aos seus problemas que cantam alto por uma solução.

Dá um tempo, gente! Deixa o ser dormir!

Priscila Garcia 


Banhar-se

Salgar o corpo.
Tirar dele as impurezas dos olhares maldosos
e as energias ruins
dos cochichos das pessoas que ficam nas janelas a observar.

Deixar a água escorrer.
Levar para longe o que for ruim,
mentalizando energias boas e bons valores.

Acalme o corpo e alma!
Mantenha-se forte e firme nos seus objetivos
e nos caminhos que escolheu para cada um deles.

Cristais equilibrando o que o mundo descarrilhou.

Priscila Garcia

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segunda-feira, 21 de março de 2016

Silêncio é o que encontrarás em meus lábios.

Não ouvirás nada que seja queixa depois,
mesmo que esteja com a maior dor,
ou no mais profundo buraco, sem luz, onde estiver caindo;
ainda que diante da tristeza ou do frio desumano da indiferença.
Haverá silêncio.

Silenciarei meu coração!
Guardarei em mim os gritos de dor e as lágrimas a cair.
Quietarei meu peito,
fecharei meus olhos,
serrarei meus lábios,
cruzarei meus braços,
trancarei minha alma.

Silêncio!
Silêncio é o que encontrará!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A pressa da brasa do cigarro e a pressa do mundo

Acordou cedo. Foi ao banheiro, lavou o rosto, escovou os dentes, o roteiro de sempre. Saiu e foi à cozinha preparar o café! O céu ainda estava escuro. “O sono foi embora muito rápido hoje”, pensou. A água esquentava. Acendeu um cigarro. Precisava. Era domingo e decidira que passaria o dia de pijama mesmo.
Café preto pronto e no ponto. O domingo era calmo como ele só, mas os pensamentos viajavam na velocidade da luz. Passou por pessoas, fatos, acontecimentos da semana que terminara, trabalhos e agendas da semana seguinte... Corria, voava! Outro gole de café! O dia calmo e o pensamento rápido.
Por que o mundo é tão absurdamente rápido? Até a brasa do cigarro queima devagar, mas o mundo é todo tão rápido. A internet é rápida, o carro corre, o tempo voa, os amores são passageiros, a vida é curta, tudo passa... E ficava abismada! Não achou justo aquilo! Como se aproveita um domingo tedioso nessa pressa toda???

O céu começava a clarear! O dia nascia bem devagar! Acendeu outro cigarro e observou a brasa queimando e o sol nascendo, aos poucos... “Vou ficar de pijama o dia todo, mesmo”, pensou. Ia aproveitar o dia da maneira mais tranquila que pudesse. “O mundo pode correr, mas hoje eu vou caminhar”. 

Priscila Garcia
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Deito as armas ao chão.

Cansei de lutar! Não há mais forças! É inútil resistir!
Essa guerra não tem fim.
Não há mais em que acreditar.
No campo de batalha deixo minhas armas,
meus planos fracassados,
meus limites testados incansavelmente,
meu sangue.
Sou prisioneira tua.
Levanto a bandeira branca,
não de querer a paz nisso tudo,
mas a paz em mim,
a paz vestida de branco com detalhes de um ‘desisto’,
não vejo mais esperança em você...

Perdi a esperança em mim. 

Priscila Garcia

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Laça-me com teus braços, ataca-me com teus beijos e vamos sair desse frio da rua.

Vamos entrar, fazer caminho até o quarto com nossas roupas.
Na sala deixas teu sobretudo e tiras minha blusa de frio.
Cuidado com meus óculos!

Na cozinha, uma pausa para pegar um vinho qualquer, aquecer um pouco –
será necessário mesmo aquecer? –
e deixar sob a mesa as chaves, o celular, relógio, as preocupações e pensamentos.
O que atrapalhe nossa viagem ao mundo das glórias.

Tiras minha blusa, quase arrancando os botões com teus dentes...
Eu tiro tua camisa e te visto de beijos do peito ao pescoço.
No corredor deixamos que o caminho se faça pelas roupas que ainda nos resta,
apontando para a nossa felicidade que é a cama.

Bagunça? Não!

Trilha do amor!

Priscila Garcia

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Pensando claramente no que é mais viável:

agradar-te, ou ser eu mesma?
Perder minha essência apenas para ganhar algo próximo à aceitação do que sou...
Viável? Necessário? Essencial?

Não quero corresponder aos teus desejos...
Não sou bibelô de estante, não gosto da poeira que eles acumulam...
Não posso ser exatamente o que deseja para mostrar aos outros,
Sou muito mais que isso!


Desculpe se não consigo deixar de ser eu mesma para te agradar. 

Priscila Garcia

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Peito em fogo,

olhos imersos em água salgada,
boca cerrada,
mãos fechadas fortemente.

Como a tristeza pode agir tanto assim?

Lágrimas caírem grossas pelo rosto.
Não tem como liberar essa dor de outra forma, então
que assim seja liberada
essa dor que tanto incomoda aqui dentro
parecendo não ter fim,
só um começo que,
diabos,
como começou isso?

Agora tudo acabou mesmo.
Beijas outra boca
e entrega-te a uma paixão nova em folha,
limpa, sem rabiscos.

A minha, rabiscada com versos e rimas
fica de lado, amassada.
Não porque não te agradou o poema,
mas porque desejavas escrever prosa.
Mas esqueces que podíamos escrever uma prosa poética...

Fico com os poemas.
Ficas com folha nova.
Ei de escrever novos versos com as lágrimas que caem

até secar este amor em mim. 

Priscila Garcia

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Vens às vezes com data marcada,

outras sem avisar.
Chega chegando e marcando presença,
acabando, muitas vezes, com meu final de semana
trazendo toda dor possível.

És um peso infindável,
e as horas demoram dias para passar.
Forço um sorriso em tua presença, afinal
ninguém aceita a desculpa:
“Foi mal, gente! Estou com visita em casa!”.

Obrigas a mudar meu guarda roupa,
e tua desagradável visita faz entupir-me de chocolate.
Também tiras meu sono,
minha paz,
minha coragem de ser mulher.

Desestabiliza meu auto controle,
minha mente,
meus horários...
Tiras minha essência.

És um tiranossauro rex que me invade sem permissão,
uma anaconda que abraça a presa para devorar,
um leão que ruge marcando território
dizendo quem manda ali.

Quando vais embora,
quase choro de alegria
e conto nos dedos os dias que teu retorno,
a fim de, tentar, preparar-me
com chás, remédios, chocolates e mantras.

E ainda sempre tem um que me diz:
“É a mãe natureza fazendo seu trabalho!”
Eu respondo:
“Ah! Para o inferno!

Quem nesse mundo gosta de cólica e menstruação?!”.

Priscila Garcia

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Arranco com todas as forças esse sentimento dentro de mim,

pois não o quero mais sentir.
Ele dói e é pesado.
Não suporto mais carregar tal peso,
Sozinha, não mais.

Não saem mais versos inteiros.
Calou-se o bom do amor,
e sobreviveram apenas as amarguras do que fora aquele sentimento.
Sozinha, não mais.

As unhas cravam no peito,
a lágrima primeira cai, amarga.
A segunda não demora a cair.
“Como isso fora acontecer?”,
pergunto a mim mesma,
mas insisto no gesto.
Esse amor precisa morrer.

Sozinha, não mais.

Priscila Garcia

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Confundes cada vez mais a minha mente.

Trabalhas com tanto ardor assim para confundir-me,
esconder cada detalhe,
não me olhas direito nos olhos,
foges!

Não devias se esforçar tanto assim!
Ou devias mesmo,
já que se escondes de mim e do mundo
debaixo desta casca dura que colocas em teus olhos,
essa armadura de almas em forma de óculos escuros do James Bond.

Medo de agir com base em seus sentimentos
e desejos.
Medo do que o mundo pode pensar.
Tudo bem! Esconda-se!
Mas não diga depois que perdeu a oportunidade perfeita

por culpa do mundo. 

Priscila Garcia

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Andando pelas ruas,

desacreditada das pessoas,
do amor,
da vida,
chutava as pedras que encontrava pelo chão.

Como pode haver tantas pedras em nosso caminho?
Por que é tão difícil realizar projetos,
alcançar objetivos,
vencer?

A calçada molhada pela chuva,
escorregadia como ela só,
pregou-me uma peça,
tropecei, cai.

Oh vida!
Já não basta a pressa,
as pedras,
ainda tem a chuva
e uma queda?

Ao lado, ia levantando,
perto do bueiro, uma flor se erguia.

Curiosa, cheguei mais perto.
Tão pequenina!

Meio as pedras, a sujeira,
surge a vida, insistente e bela.


Ainda existe esperança!

Priscila Garcia

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Apresentei meu amor à lua,

hoje ele observa o astro com outro xodó.

Distante dali
eu olho o céu.
Somos tão solitárias, eu e o astro noturno.

Brilha lá no alto,
Tão linda e intensa.
Sinto falta daquele que a observava junto comigo
e fazia versos sobre a lua as amigas estrelas
ao meu lado.

Ainda lembro-me do perfume inebriante,
da voz sussurrando ao meu ouvido
as rimas da noite fria.
E quando o amigo vento vinha brincar,
sentia os braços cingir-me e
aproximar-me para perto dele,
oportunidade perfeita para um beijo.

Amiga Lua, você tem visão privilegiada daí!
Olhe bem aqui para a Terra e procure meu amor.
Se o encontrar te observando -
eu sei que ele adora olhar o céu –
jogue seu brilho nos lábios dele o mais forte que puder.
Espero que ele possa sentir meus beijos,

os beijos que tenho saudades de dar. 

Priscila Garcia

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Não sou obrigada a amar...

Não sou obrigada a amar o que ou quem o outro ama. Kant já dizia que "amor" e "moral" não tem nada a ver, o amor é apenas uma referência para a moral. O amor é sentimento, algo involuntário, não pertence à esfera do "dever"; não "devo amar isso", não sou "obrigada a gostar daquilo". O amor dispensa as questões morais, é prático. Gosto de jiló e nem todos gostam, gosto de rock e nem todos gostam, não curto pudim e muita gente gosta... Vou criticar quem gosta de pudim?? NÃO!!!

Sobre falar o que sinto para você...

Nenhuma palavra será suficiente, você simplesmente não entende. Na verdade, não lhe convém entender, não é mesmo? Guardo minhas expressões rebuscadas - como sempre me disse em tom de desdém - e o pouparei do drama e a mim desse tremendo dessabor. Mas eu prometo, não mais me farás chorar.