sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Deito as armas ao chão.

Cansei de lutar! Não há mais forças! É inútil resistir!
Essa guerra não tem fim.
Não há mais em que acreditar.
No campo de batalha deixo minhas armas,
meus planos fracassados,
meus limites testados incansavelmente,
meu sangue.
Sou prisioneira tua.
Levanto a bandeira branca,
não de querer a paz nisso tudo,
mas a paz em mim,
a paz vestida de branco com detalhes de um ‘desisto’,
não vejo mais esperança em você...

Perdi a esperança em mim. 

Priscila Garcia

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Laça-me com teus braços, ataca-me com teus beijos e vamos sair desse frio da rua.

Vamos entrar, fazer caminho até o quarto com nossas roupas.
Na sala deixas teu sobretudo e tiras minha blusa de frio.
Cuidado com meus óculos!

Na cozinha, uma pausa para pegar um vinho qualquer, aquecer um pouco –
será necessário mesmo aquecer? –
e deixar sob a mesa as chaves, o celular, relógio, as preocupações e pensamentos.
O que atrapalhe nossa viagem ao mundo das glórias.

Tiras minha blusa, quase arrancando os botões com teus dentes...
Eu tiro tua camisa e te visto de beijos do peito ao pescoço.
No corredor deixamos que o caminho se faça pelas roupas que ainda nos resta,
apontando para a nossa felicidade que é a cama.

Bagunça? Não!

Trilha do amor!

Priscila Garcia

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Pensando claramente no que é mais viável:

agradar-te, ou ser eu mesma?
Perder minha essência apenas para ganhar algo próximo à aceitação do que sou...
Viável? Necessário? Essencial?

Não quero corresponder aos teus desejos...
Não sou bibelô de estante, não gosto da poeira que eles acumulam...
Não posso ser exatamente o que deseja para mostrar aos outros,
Sou muito mais que isso!


Desculpe se não consigo deixar de ser eu mesma para te agradar. 

Priscila Garcia

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Peito em fogo,

olhos imersos em água salgada,
boca cerrada,
mãos fechadas fortemente.

Como a tristeza pode agir tanto assim?

Lágrimas caírem grossas pelo rosto.
Não tem como liberar essa dor de outra forma, então
que assim seja liberada
essa dor que tanto incomoda aqui dentro
parecendo não ter fim,
só um começo que,
diabos,
como começou isso?

Agora tudo acabou mesmo.
Beijas outra boca
e entrega-te a uma paixão nova em folha,
limpa, sem rabiscos.

A minha, rabiscada com versos e rimas
fica de lado, amassada.
Não porque não te agradou o poema,
mas porque desejavas escrever prosa.
Mas esqueces que podíamos escrever uma prosa poética...

Fico com os poemas.
Ficas com folha nova.
Ei de escrever novos versos com as lágrimas que caem

até secar este amor em mim. 

Priscila Garcia

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Vens às vezes com data marcada,

outras sem avisar.
Chega chegando e marcando presença,
acabando, muitas vezes, com meu final de semana
trazendo toda dor possível.

És um peso infindável,
e as horas demoram dias para passar.
Forço um sorriso em tua presença, afinal
ninguém aceita a desculpa:
“Foi mal, gente! Estou com visita em casa!”.

Obrigas a mudar meu guarda roupa,
e tua desagradável visita faz entupir-me de chocolate.
Também tiras meu sono,
minha paz,
minha coragem de ser mulher.

Desestabiliza meu auto controle,
minha mente,
meus horários...
Tiras minha essência.

És um tiranossauro rex que me invade sem permissão,
uma anaconda que abraça a presa para devorar,
um leão que ruge marcando território
dizendo quem manda ali.

Quando vais embora,
quase choro de alegria
e conto nos dedos os dias que teu retorno,
a fim de, tentar, preparar-me
com chás, remédios, chocolates e mantras.

E ainda sempre tem um que me diz:
“É a mãe natureza fazendo seu trabalho!”
Eu respondo:
“Ah! Para o inferno!

Quem nesse mundo gosta de cólica e menstruação?!”.

Priscila Garcia

Imagem retirada da internet

Arranco com todas as forças esse sentimento dentro de mim,

pois não o quero mais sentir.
Ele dói e é pesado.
Não suporto mais carregar tal peso,
Sozinha, não mais.

Não saem mais versos inteiros.
Calou-se o bom do amor,
e sobreviveram apenas as amarguras do que fora aquele sentimento.
Sozinha, não mais.

As unhas cravam no peito,
a lágrima primeira cai, amarga.
A segunda não demora a cair.
“Como isso fora acontecer?”,
pergunto a mim mesma,
mas insisto no gesto.
Esse amor precisa morrer.

Sozinha, não mais.

Priscila Garcia

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Confundes cada vez mais a minha mente.

Trabalhas com tanto ardor assim para confundir-me,
esconder cada detalhe,
não me olhas direito nos olhos,
foges!

Não devias se esforçar tanto assim!
Ou devias mesmo,
já que se escondes de mim e do mundo
debaixo desta casca dura que colocas em teus olhos,
essa armadura de almas em forma de óculos escuros do James Bond.

Medo de agir com base em seus sentimentos
e desejos.
Medo do que o mundo pode pensar.
Tudo bem! Esconda-se!
Mas não diga depois que perdeu a oportunidade perfeita

por culpa do mundo. 

Priscila Garcia

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Andando pelas ruas,

desacreditada das pessoas,
do amor,
da vida,
chutava as pedras que encontrava pelo chão.

Como pode haver tantas pedras em nosso caminho?
Por que é tão difícil realizar projetos,
alcançar objetivos,
vencer?

A calçada molhada pela chuva,
escorregadia como ela só,
pregou-me uma peça,
tropecei, cai.

Oh vida!
Já não basta a pressa,
as pedras,
ainda tem a chuva
e uma queda?

Ao lado, ia levantando,
perto do bueiro, uma flor se erguia.

Curiosa, cheguei mais perto.
Tão pequenina!

Meio as pedras, a sujeira,
surge a vida, insistente e bela.


Ainda existe esperança!

Priscila Garcia

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Apresentei meu amor à lua,

hoje ele observa o astro com outro xodó.

Distante dali
eu olho o céu.
Somos tão solitárias, eu e o astro noturno.

Brilha lá no alto,
Tão linda e intensa.
Sinto falta daquele que a observava junto comigo
e fazia versos sobre a lua as amigas estrelas
ao meu lado.

Ainda lembro-me do perfume inebriante,
da voz sussurrando ao meu ouvido
as rimas da noite fria.
E quando o amigo vento vinha brincar,
sentia os braços cingir-me e
aproximar-me para perto dele,
oportunidade perfeita para um beijo.

Amiga Lua, você tem visão privilegiada daí!
Olhe bem aqui para a Terra e procure meu amor.
Se o encontrar te observando -
eu sei que ele adora olhar o céu –
jogue seu brilho nos lábios dele o mais forte que puder.
Espero que ele possa sentir meus beijos,

os beijos que tenho saudades de dar. 

Priscila Garcia

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Não sou obrigada a amar...

Não sou obrigada a amar o que ou quem o outro ama. Kant já dizia que "amor" e "moral" não tem nada a ver, o amor é apenas uma referência para a moral. O amor é sentimento, algo involuntário, não pertence à esfera do "dever"; não "devo amar isso", não sou "obrigada a gostar daquilo". O amor dispensa as questões morais, é prático. Gosto de jiló e nem todos gostam, gosto de rock e nem todos gostam, não curto pudim e muita gente gosta... Vou criticar quem gosta de pudim?? NÃO!!!

Sobre falar o que sinto para você...

Nenhuma palavra será suficiente, você simplesmente não entende. Na verdade, não lhe convém entender, não é mesmo? Guardo minhas expressões rebuscadas - como sempre me disse em tom de desdém - e o pouparei do drama e a mim desse tremendo dessabor. Mas eu prometo, não mais me farás chorar.