domingo, 12 de dezembro de 2010

Promessas de Ano Novo

Não adianta, todo fim de ano o roteiro volta: correria para comprar presentes, o cardápio que agrade a todos nas ceias, a faxina onde se joga as coisas de um ano, ou de mais, para fora da casa e se possível da vida, etc. É como se fosse um ritual, e em todas as religiões e culturas, se faz algo diferente para celebrar o novo ano que se aproxima.
Junto com essa parafernália toda vem as promessas de fim de ano novo. Quem nunca fez uma? Quem nunca deu um objetivo que deveria alcançar no decorrer do ano? Seja perder uns quilinhos, trocar de emprego, arrumar um namorado, comprar um carro... Sempre tem algo que consideramos ainda estar faltando em nossas vidas e que esperamos atingir no ano novo. Se não fosse verdade, então porque será que vários seres desta Terra passam o ano com roupas das cores que acreditam atrair o que mais desejam, comem sete uvas, pulam sete ondas, doze, ou um cacho inteiro? Certamente você que está lendo estas linhas, já fez algo assim. Eu também não saí do roteiro, lógico. Sou uma reles mortal. Já fiz algo coisinha aqui e ali e prometi tantas coisas, melhor não entrar em detalhes, rsrs!
Mas com o tempo, a gente cansa. Percebemos, logo no final do ano, que metade das promessas, ou elas por inteiro, não foram cumpridas, e tudo isso trás um tremendo desgosto. Sei bem como é, já passei por isso inúmeras vezes. Foi cansada de ver o mesmo filme que, de 2009 para 2010, prometi não prometer mais nada. Isso mesmo! Deixar a “vida rolar” por si mesma, no seu curso natural e viver numa boa, só para ver no que ía dar. Juro que foi o melhor ano que passei em muitos tempos.
“Mas Pri, como pode alguém viver sem as promessas de ano novo?” – você me pergunta. Eu te respondo: vivendo. Bom, o ano nasceu, cresceu e estamos aqui com ele velhinho novamente, aí parei para analisá-lo. Eis o resultado.
Vivi bem mais do que se tivesse pulado dez mil ondas, ou bebido champanhe junto com as uvas rosas, e vestido branco. Trabalhei bastante; sai com amigos para lugares onde nunca estive antes, e gostei muito; estagiei na escola onde estudei sete anos e vi um outro lado do professor; fiz um corte diferente de cabelo; cresci um centímetro e engordei um quilo (isso é muito para mim, rsrs); na faculdade me aproximei mais dos meus amigos de sala; li vários livros que me ensinaram muito; conheci um suíço e converso com ele no meu inglês “very poor”, que chique; conheci gente nova; encenei em um sarau literário; conheci os “abraços grátis” que mudou meu jeito de pensar, me tornando adepta da ideologia.
Também tive experiências estranhas, vezes agradáveis, vezes nem tanto assim, mas aprendi igualmente com todas. Coordenei uma equipe e percebi que não sou boa na liderança, mas conheci pessoas maravilhosas na equipe. Fiquei muito doente, e aprendi que a família é perfeita em todos os momentos mesmo e topam seguir contigo até mesmo num tratamento novo, e vi que primos são como irmãos e embarcam junto também. Pela saúde, adotei um estilo de vida diferente, comendo só o que meu tipo sanguíneo permite e saí em parte do sedentarismo, hehe!
Enfim. A experiência deu certo e eu aprovei. Não quero dizer para você deixar de lado as suas promessas, que rasgue seu ritual anual e faça o mesmo que eu, mas quero mostrar que a vida, sendo vivida numa boa, mesmo que com objetivos, mas em longo prazo, numa boa, é muito melhor. Eu percebi pela primeira vez que o fim de ano não me deixou triste como antes, pois vivi numa boa, vivi cada pedacinho sem pressão, sem um relatório para entregar ao Tempo assim que dia trinta e um de dezembro viesse, e foi perfeito. Vou continuar na boa, e sempre na busca pelo melhor, mas sempre me preocupar com o Senhor Tempo, só se for para deixá-lo para trás, pois as promessas não cumpridas me deixam triste e me impedem de ter momentos de pura alegria.
Feliz Natal e um Ano Novo excelente, todos os dias! Viva intensamente.
Priscila

Imagem retirada da internet 

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