Não tem como, mesmo que você seja a pessoa mais paciente do mundo, a mais calma entre todas as calmas existentes no universo, vai existir um dia, uma hora que você perderá a sua calma, ficará com muita raiva, mas muita raiva mesmo de algo ou de alguém. Pode ser do computador que “deu pau” justo na hora que você finalizava seu trabalho; pode ser seu patrão ou superior que é um saco; pode ser aquele seu vizinho muito legal que adora colocar as músicas mais legais e cheias de cultura (veja, isto foi uma ironia) para tocar bem alto e ele para ajudar canta junto ainda; pode ser a sua TPM que resolveu atacar em semana de prova; pode ser tudo. Somos humanos e temos limites.
Nestes instantes, cada um tem uma reação. Conheço gente que dá soco no primeiro objeto que vê, e geralmente é o pobre do objeto que leva a pior, nunca a mão do infeliz. Conheço gente que chora, que ri, que grita e por ai vai. As palavras mais obscenas surgem exatamente ai, e cada uma, a criatividade que manda na hora. Eu tenho uma reação diferente dependendo da situação. Mas tem vezes que você não pode ficar daquele jeito, ai o negócio é se controlar para não esfolar vivo o ser na sua frente. Neste caso serve qualquer método para manter-se em equilíbrio e não fazer besteira. Há quem coma chocolate (e muito), há quem beba água (ou algo alcoólico), quem respire fundo, quem dê um grito abafado pelo travesseiro, etc.
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Quando eu fico nervosa, não sei exatamente explicar em termos biológicos o que me acontece, mas posso dizer que reações químicas se apoderam de meu pequeno ser e reagem a mil por hora. É muito estranho. Percebo que meu rosto fica muito quente, provavelmente devido o sangue que nele se concentra, me deixando vermelha, e fazendo meu coração trabalhar mais rápido acelerando o pobre coitado; minhas pernas ficam trêmulas, minha voz se altera e acho que o sangue segue mesmo para parte superior para dar forças as minhas cordas vocais. Isto só o que eu percebo! Mas como falei, muitas vezes você não pode socar a cara de ninguém, muito menos chutar ou gritar, seja para aliviar a raiva ou mesmo para desforrar em quem te chateia. Então, para me acalmar, pratico a incrível arte de contar até dez em números romanos.
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“Mas Pri, não seria contar somente até dez e respirar fundo, podendo utilizar os numerais usuais mesmo?” – você me pergunta. Não. Para mim este método já é ultrapassado e não adianta mais. Contar em números romanos faz efeito mais rapidamente porque é mais intenso. Imagine você contando: “um pauzinho, dois pauzinhos, três pauzinhos, um pauzinho e um vezinho...”, e entre cada numeral respirar lenta e profundamente!! Chato? Não, relaxante!
Enquanto eu conto cada pauzinho, forço minha voz a ficar cada vez mais baixa; a respiração lenta ajuda a oxigenar ainda mais meu coração e amenizando seus batimentos fazendo-o voltar ao ritmo normal, a minha cor volta ao natural e eu consigo manter o equilíbrio. Geralmente, após este tratamento quase de choque, eu consigo fazer depois a cara da pessoa mais santa e tranqüila do universo e reajo como se nada houvesse acontecido.
Volto a dizer: nada disso veio de revistas científicas, métodos de autocontrole, yoga, nada disso. Faço com base no que conheço de mim mesma mas principalmente veio de uma dica dada por uma amiga de da minha irmã que o usa com freqüência e recomenda. Resolve e até agora não houve reação alérgica ou mesmo nenhuma contra indicação. Para todas as pessoas que passei, só ouvi resultados bons, haha! Devíamos ter vendido a fórmula.
É impossível se segurar em algumas ocasiões, eu sei bem. As vezes até métodos assim não valem de nada, mas vale a pena tentar fazer algo porque ficar nervoso, perder o controle, geralmente de nada adianta e só quem sai perdendo nisso tudo é você. Bom, isto é o que eu faço e recomendo. E o que você faz e recomenda?
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Pilinga
(Texto em homenagem á Andrea, amiga da minha irmã Simone. Obrigada por me ensinar esta arte milenar e curadoura, pois muitas caras alheias foram salvas, kkkkk)
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